YURI DE LIRA
Algum dia, você apostaria que a modesta Acadêmica Vitória fosse enfrentar o Boca Juniors? Se dissesse que não, perderia as suas fichas. Mas calma! O time das Tabocas vai encarar apenas o homônimo sergipano do gigante de Buenos Aires. Mesmo assim, este é um fato histórico para o Tricolor. Não pelo adversário, é claro.
O que chama a atenção é que, quando o Taboquito entrar em campo para jogar contra o xará do time de La Bombonera, estará estreando em uma Copa do Brasil. Quem proporcionou isso para os vitorienses, porém, foram as mulheres. Depois de o futebol feminino do clube ter ganho o último Campeonato Pernambucano (pela primeira vez, diga-se de passagem), o passaporte para o certame nacional foi carimbado.
Hoje, a partir das 15h, as taboquitas visitam o estádio Geraldo Oliveira, localizado na cidade de Cristinapolis, no extremo oeste de Sergipe, onde travarão o duelo de ida com o Boca Juniors/SE. A partida de volta está marcada para o Carneirão, no dia 2 de setembro, às 20h.
Embora estreando na Copa do Brasil, os planos do escrete das três cores já são bastante ambiciosos. “Vamos lutar pelo título. Não achamos que isso seja uma coisa fácil, mas é possível. Formamos um bom plantel e temos capacidade de sermos campeões”, falou o presidente do Vitória, Paulo Roberto Leite de Arruda.
O representante das Tabocas vem, realmente, investindo na modalidade. Segundo o mandatário, a folha salarial destinada às meninas chega na casa dos R$ 30 mil.
A diretoria do Taboquito, conseguiu praticamente manter a base da equipe que sagrou-se vencedora do Campeonato Pernambucano, no início do mês. O técnico Marcos Adelino permaneceu. Apenas sete atletas saíram. Mesmo assim, boa parte das que deixaram o Carneirão não vinha jogando com frequencia entre as titulares.
A goleira Déborah; a zagueira Carla; as meias Keila, Fabi e Lorena; além da centroavante Ninha são as que não vão mais vestir a camisa encarnada, azul e branca. Os motivos: lesões, retorno de empréstimo e questões de horário - já que, ainda, a maioria das garotas tem de conciliar o futebol com outros afazeres.
A maior baixa foi a de Ninha. Ela terminou como vice-artilheira do último Estadual, com 12 tentos anotados, mas teve de voltar para o São Francisco/BA - detentor dos seus direitos federativos. Assim, a esperança de gols fica depositada em Lili Bala, goleadora da mesma competição, tendo balançado a rede por 18 vezes pelo Tricolor.
Quinze jogadoras foram contratadas pela diretoria do time da Zona da Mata. A maioria destaques dos rivais que disputaram o Pernambucano. Só do segundo colocado Sport vieram sete reforços: as zagueiras Débora e Bicê, a lateral-esquerda Amanda, as meio-campistas Lili e Dellany e as atacantes Amanda e Charrilla.
Do Barreirense, chegaram mais duas: a goleira Irmã e a meia-atacante Lu. No Botafogo de Surubim, os vitorienses foram buscar a dupla Bárbara e Leonora, arqueira e atacante, respectivamente. Além dessas, quatro garotas foram contratadas do Team Chicago Brasil/RJ. São elas: a goleira Alayde, as meio-campistas Amanda Souza e Juliana Ferreira e a avançada Paloma Santos.
REGULAMENTO
O vencedor da Copa do Brasil representará o País na Libertadores da América do próximo ano. Para chegar até lá, no entanto, o caminho é longo. Trinta e duas agremiações, inicialmente distribuídas de maneira regionalizada, estarão disputando o troféu nacional. Em contrapartida, o regulamento da competição é simples. Em jogos de ida e volta, no sistema mata-mata, as equipes vão se enfrentar em cinco fases.
Vale salientar que, na primeira, se os visitantes vencerem por três gols ou mais de diferença, o segundo confronto não acontecerá. Gols marcados na casa do adversário serão considerados como critério de desempate.
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