O Brasil não conseguiu confirmar a soberania ofensiva em vitória sobre o Paraguai neste domingo e foi eliminado na Copa América, seguindo o mesmo caminho de Colômbia e Argentina. Apesar de ser absoluta durante os 90 minutos no tempo normal e mais ofensiva também na prorrogação, a Seleção de Mano Menezes não conseguiu sair do empate por 0 a 0 e caiu nas quartas de final diante de um retraído adversário, que definiu a vitória com um incrível 2 a 0 nos pênaltis - a equipe verde-amarela perdeu todas as quatro cobranças.
Ao longo das duas etapa de jogo, o Brasil finalizou 19 vezes, contra apenas quatro dos paraguaios (duas delas nos acréscimos do segundo tempo), mas parou no próprio preciosismo e também no inspirado goleiro Justo Villar. Já o tempo extra foi marcado mais pelo nervosismo do que pelas jogadas de ataque: o volante Lucas, do Brasil, e o lateral Antolín Alcaraz, do Paraguai, foram expulsos após se envolverem em confusão.
Nos pênaltis, Elano isolou a primeira cobrança do Brasil, Thiago Silva bateu mal a segunda e Villar pegou e André Santos mandou para longe a terceira e Fred jogou para o lado. No Paraguai, apenas Barreto desperdiçou ao chutar ao lado; Estigarribia e Riveros marcaram.
Agora, o carrasco brasileiro aguarda a definição do último jogo das quartas de final para saber seu próximo adversário, para o duelo de semi agendado para as 21h45 (de Brasília) da quarta-feira, na cidade de Mendoza - no extremo oeste do território argentino. Neste domingo, em San Juan, Chile e Venezuela decidem quem decidirá uma vaga com o Paraguai na final do torneio.
O jogo
Diferentemente do jogo da fase inicial contra o Paraguai, a Seleção Brasileira não ficou à espera do adversário e comandou o primeiro tempo. Com Robinho em sua melhor jornada na Copa América, o ataque envolvia os paraguaios com toques de primeira e chegadas constantes na área rival nos primeiros minutos.
Utilizando a estratégia com a qual o Paraguai assustou em alguns momentos no primeiro jogo, o Brasil pressionou a saída de bola e não deixou o adversário trocar passes. Assim, criou sua primeira chance real de gol. Ganso recuperou uma bola perdida no meio e tocou para Robinho. O camisa 7 deixou Neymar livre para o arremate, mas o atacante chutou por cima
Com o Brasil melhor em campo, o Paraguai abusou das faltas. Foram 15 ao todo no primeiro tempo, algumas mais fortes, e o jogo transcorreu em clima tenso, com bate-bocas, reclamações ao árbitro e os brasileiros tentando também se impor na força. Em um lance pela lateral, Maicon levantou Valdéz em um carrinho na lateral, a torcida brasileira se animou.
A melhor chance brasileira veio aos 31min. André Santos cobrou falta na esquerda e Lúcio entrou de carrinho. A bola pegou em Villar e o gol não saiu por pouco. Esta foi a única finalização correta do Brasil no primeiro tempo, o que indicava um erro recorrente nesta campanha na Copa América: capricho no acabamento das jogadas.
Mais solto em campo, Neymar se movimentou bastante, mas não estava tecnicamente inspirado. Perdeu oito bolas e teve dificuldades para se desvencilhar da marcação. Ganso esteve mais ativo, apesar de ainda ter errado muitos passes.
No segundo tempo, a Seleção teve mais uma chance incrível para abrir o marcador logo aos 3min: Neymar recebeu livre na área, mas esperou a chegada de um zagueiro. Ainda que tenha feito o corte e ficado com mais ângulo para finalizar com a direita, deu tempo para o zagueiro adversário se posicionar na pequena área e salvar quase em cima da linha. Maicon também não conseguiu aproveitar o rebote.
O Brasil seguiu absoluto em campo durante o segundo tempo, construindo suas melhores jogadas pelo lado direito do campo e levando enorme perigo ao gol paraguaio. A pontaria verde-amarela melhorou, mas o goleiro Justo Villar apareceu para fechar a meta com duas intervenções importantíssimas: aos 21min, espalmando um chute de fora da área de Ganso, e aos 27min, saindo nos pés de Alexandre Pato para bloquear uma finalização do camisa 9.
Os paraguaios, por sua vez, ficavam muito mais retraídos e pouco assustavam a defesa brasileira. O único susto pelo qual o Brasil passou se deu aos 30min, quando Neymar ficou no chão gritando de dores no joelho direito. Após sair de campo para receber atendimento, porém, o jovem santista voltou ao esburacado campo em La Plata aparentemente recuperado, mas acabou substituído aos 34min por Fred - mudança que originou vaias e alguns gritos de burros das arquibancadas.
Mesmo assim, a Seleção criou duas jogadas agudas que quase abriram o placar no Estádio Ciudad de La Plata. Aos 36min, Pato invadiu a área, ficou cara a cara com Villar e chutou em cima do goleiro. Na sobra, cabeceou para fora. Instantes depois, Fred subiu mais que a zaga paraguaia após cobrança de escanteio, mas Barreto conseguiu salvar sobre a linha.
O tempo normal terminou sem gols, apesar da comprovada superioridade verde-amarela. Foram 19 finalizações do Brasil, contra quatro do Paraguai. Entretanto, o primeiro tempo da prorrogação foi extremamente nervoso: a Seleção chegou menos ao ataque, Mano trocou Ganso pelo são-paulino Lucas e uma confusão atraiu todas as atenções.
O volante Lucas Leiva, do Liverpool, chegou duro em uma dividida de bola e se estranhou com o paraguaio Alcaraz. Uma confusão foi criada em campo, e o árbitro argentino Sergio Pezzotta decidiu expulsar os dois jogadores envolvidos.
Nos últimos 15 minutos de bola rolando, apenas uma jogada chamou a atenção por parte da Seleção Brasileira: Lucas fez boa jogada na entrada da área e abriu na esquerda para André Santos. O lateral, porém, enfeitou na hora de levantar a bola, a zaga paraguaia cortou e Lucas pegou a sobra e foi travado na hora do chute.
Fonte:terra
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