Foto: Silvia Morais
Do Jornal do Commercio
A partir do próximo domingo, o Santa Cruz inicia, fora de casa, a disputa para conquistar o seu primeiro título brasileiro, o da Série D. Esta será a quarta vez que os tricolores ficam próximos de uma conquista nacional. As outras três aconteceram por divisões superiores. Uma pela Série A e duas pela B.
A primeira grande campanha coral em nacionais aconteceu há 36 anos. Pelo Campeonato Brasileiro de 1975 (chamado na época de Copa Brasil), o timaço comandado por Givanildo Oliveira, Mazinho, Ramon e Fumanchu assombrou o futebol nacional ao chegar à semifinal. Foi a melhor campanha de um clube do Norte e Nordeste na competição até então, desde que a CBF instituiu o Brasileirão, em 1971.
Dono de melhor campanha, o Santa ganhou o direito de disputar o jogo único da semifinal, contra o Cruzeiro, pelo empate e no Arruda. E a vaga inédita na decisão estava garantida até os 45 minutos do segundo tempo, quando Palhinha, para muitos, impedido, fez o gol da vitória mineira por 3x2.
O Santa perdia assim a chance de se classificar pela primeira vez para a Libertadores, em uma época em que a competição continental era vista de maneira bem diferente da atual. “Todos falam que a Libertadores é um torneio deficitário, mas eu e todos aqui queríamos participar”, disse o então zagueiro e hoje técnico Levir Culpi, à época, no JC.
O tricolor só voltaria a ficar próximo de uma conquista nacional 24 anos depois. Pela Série B de 1999, após uma primeira fase cambaleante e uma classificação surpreendente sobre o favorito São Caetano nos playoffs semifinais, o Santa foi para o quadrangular final ao lado de Goiás, Vila Nova-GO e Bahia. Com uma campanha 100% no Arruda, o Santa chegou à última rodada, contra o Goiás, no Serra Dourada, precisando de uma vitória para conquistar o título. Ao mesmo tempo, um empate garantia o acesso tricolor e dava a taça para os goianos. Os corais não quiseram arriscar: 0x0 insosso e bom para ambos.
Seis anos depois veio talvez a chance mais clara de um título brasileiro. Dono de uma campanha quase irretocável durante quase toda a Série B, o Santa chegou à última rodada do quadragular final precisando de uma vitória sobre a Portuguesa, no Arruda, e um tropeço do Grêmio diante do Náutico, nos Aflitos para ficar com a taça. O papel do Santa foi feito. Vitória de virada por 2x1. No entanto, ninguém contava com a famosa Batalha dos Aflitos. Título heroico do Grêmio e volta olímpica frustrada no Arruda. “Espero que o Santa não perca mais essa oportunidade. Mesmo sendo da Série D é para se orgulhar”, disse Carlinhos Bala, ídolo coral em 2005.
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