Ex-funcionário do Palmeiras detona"família Scolari"

Luiz Felipe Scolari é uma pessoa de personalidade forte e que gosta muito de formar uma família. O problema é que ou você é da família ou você é inimigo. É assim que Marcelo Lia, ex-assessor de futebol do Palmeiras, demitido em novembro em 2011, define um dos grandes problemas de relacionamento que contribuíram para a queda do pentacampeão do comando da equipe na última quinta-feira.

Ele procurou o UOL Esporte para desabafar após a saída do treinador e disse que os novos ares podem ajudar muito o time a reagir.

Segundo Lia, quando a fase é boa, o ambiente de Felipão funciona muito bem. O problema, no entanto, é que na derrota, não é possível discordar do treinador que ele identifica a pessoa como um inimigo. Para o assessor, o gaúcho está longe de ser má pessoa, mas é muito influenciável pelas pessoas que confia.

“Nosso relacionamento com o Felipão era tranquilo, porém bem mais distante e frio do que tivemos com Caio Jr., Luxemburgo, Jorginho, Muricy e Antonio Carlos. O Felipão sozinho era sorridente e feliz, mas mudava rapidamente ao lado de auxiliares e membros da comissão. Ele era muito influenciado, tinha esse defeito. Essas pessoas criaram um ambiente pesado, de divisão e intrigas. No nosso caso, a boa relação com os jornalistas e os constantes elogios ao trabalho não eram bem digeridos. Sabíamos de onde vinha a inveja e o que chegava aos ouvidos do Felipão, pois as mentiras circulavam a outras pessoas”, disse ele.

CRISE NO PALMEIRASProprietário da Líbero Comunicação, Lia trabalhou com o clube por cinco anos. Ele explica que Felipão comprava todas as brigas das pessoas que tinha como da família e nem tentava saber do outro lado.

“Fiquei muito decepcionado porque foi o Felipão que pediu a nossa saída, assim como o do departamento jurídico e administrativo. Tiraram profissionais dos cargos, empobreceram a estrutura do clube e o Felipão é responsável direto por isso. A fofoca e a inveja venceram”, afirmou ele.

Por fim, Marcelo Lia disse saber quem é o dedo-duro que perturbou o elenco, mas prefere não citar nomes. De acordo com sua experiência no Palmeiras, ele disse que esse foi o ponto-chave para a queda do técnico.
“Fico aliviado de estar fora porque jamais iria aceitar o episódio de vazamento de notícias na Academia, em treino fechado. Iríamos sair imediatamente, foi inadmissível. O Palmeiras perdeu o rumo depois desse episódio, pode cair e todos sabem quem foi o irresponsável que tramou tudo. O dedo-duro que achava que prestava bons serviços ao Palmeiras”, finalizou.

FONTE: UOL