quinta-feira, 22 de julho de 2010

Emerson Leão e três jogadores do Goiás vão responder por agressão a reporter baiano

Maiza de Andrade l A TARDE
Passava da 1 da madrugada desta quinta-feira, 22, quando o técnico do Goiás, Emerson Leão e os jogadores do time, Marcão, Rafael Moura e Romerito deixaram a 10ª CP (Delegacia de Pau da Lima), sob xingamentos de torcedores do Vitória, rumo ao Instituto Médico Legal (IML). Depois de ouvir o depoimento deles sobre a agressão ao repórter Roque Santos após o jogo com o Vitória, na noite de quarta, 21, no Estádio Barradão, o delegado Pedro Andrade lavrou termo circunstanciado caracterizando crime de agressão corporal leve, para encaminhamento à justiça criminal.
O técnico e os jogadores foram conduzidos ao IML numa van do Batalhão de Choque e seguidos por três outras viaturas. Por não estarem portando documentos, foram para o IML para identificação. Torcedores e curiosos permaneceram em frente à delegacia até a saída do técnico e dos três jogadores do Goiás. “Covardes, covardes”, foi o que Marcão, Rafael Moura, Romerito e, por último, Emerson Leão ouviram ao entrar na viatura da Polícia Militar, entre outros xingamentos.
O repórter da Rádio Metrópole, Roque Santos, foi o primeiro a deixar a delegacia após o depoimento e também seguiu para o IML, para fazer exame de corpo de delito. “Que a justiça seja feita“, disse, ao deixar a delegacia e com o lábio inferior apresentando ferimento devido ao soco que levou do jogador Rafael Moura.
Ele contou que tudo aconteceu quando perguntou ao técnico o que ele teria reclamado ao árbitro depois de encerrada a partida. Leão teria tentado lhe dar um murro, ao que ele tentou se defender com o microfone. Após este instante, o técnico teria incitado os jogadores a agredir os repórteres e o jogador Rafael Moura partiu para cima e lhe socou. ”Nesta situação, não dá para desculpar“, disse Roque sobre o pedido de desculpas apresentado pelo jogador, na delegacia. O repórter da Itapuã FM, Nilson Filho, que disse também ter sido empurrado pelo técnico Leão, depôs como testemunha em favor da vítima.
O repórter foi assistido pelos advogados Ruy João e Domingos Arjones da Associação Baiana de Cronistas Desportivos (ABCD). O presidente da associação, Márcio Martins considerou lamentável o ocorrido e lembrou que há pelo menos 20 anos não acontecia agressões a profissionais de imprensa em jogos de futebol no Estado. ”O último a fazer isso foi Renato Gaúcho, quando jogava pelo Flamengo numa partida contra o Bahia, na Fonte Nova“, disse.
O delegado Pedro Andrade informou que a agressão corporal foi considerada leve e que, por isso, não houve prisão, mesmo com o flagrante. É que a lei 9.099, que tipifica este crime só prevê a possibilidade de prisão em caso de agressão corporal grave.
A punição prevista é de até dois anos e poderá ser cumprida com pena alternativa, tipo prestação de serviços sociais ou cestas básicas, ou outra, a depender da decisão do juiz. A vítima poderá recorrer à justiça civil para reclamar indenização por danos morais, informou Andrade.
Foto: Eduardo Martins

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