sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Confira uma entrevista exclusiva com Eduardo Ramos, que abre o jogo

Meia está chateado com a situação, mas diz que não vai se omitir e mostra disposoção para recuperar a confiança do torcedor Contra o Figueirense, Eduardo Ramos ouviu vaias da própria torcida ainda no aquecimento. Isoladas, é bem verdade. A coisa ficou mais complicada quando o meia errou o passe na primeira bola que recebeu. Quase impossível acreditar que há pouco mais de três meses esse mesmo jogador era aclamado pelos rubro-negros como um dos principais responsáveis pelo pentacampeonato, além de ter sido eleito o craque do Pernambucano. Apesar de os críticos apontarem a falta de comprometimento como a principal falha do jogador, a reviravolta na relação com o torcedor mexeu, e muito, com Eduardo Ramos. Se normalmente já era reservado, desde que mergulhou na crise o meia ficou ainda mais introspectivo. Foi preciso que o zagueiro Igor trouxesse à tona os problemas particulares que o companheiro enfrentou recentemente para saber que a vida do novo vilão da Ilha não está nada fácil, como ele conta nesta entrevista exclusiva ao repórter do Superesportes Celso Ishigami, concedida pouco antes de embarcar ontem para São Paulo. Divórcio Vida de jogador de futebol não é fácil como as pessoas pensam. É difícil chegar todo dia em casa e não ter ninguém para conversar. Minha esposa ainda não estava morando aqui no Recife e eu estava longe da minha família e dos meus amigos. Passamos por um momento difícil e quase nos separamos. Estamos juntos há muito tempo e fiquei perdido sem ela. Graças a Deus, conseguimos nos entender e ela está me dando muita força neste momento. Noite Sou uma pessoa comum. Tenho 24 anos e gosto de tomar uma cervejinha. Mas, sem exagero. Sou um jogador de futebol profissional e sei que os excessos refletem no meu rendimento. Fiquei marcado por umas fotos que foram tiradas depois da conquista do título, por pessoas que me elogiaram, me agradeceram pelo Pernambucano, e foram publicadas quando meu rendimento caiu. O que ninguém sabe é que há alguns meses eu nem boto o pé fora de casa. Só vou para o treino e para o aeroporto. Apoio Foi muito difícil. Chega uma hora que a gente nem sabe o que fazer. Era problema no trabalho, em casa# Só posso agradecer o apoio que recebi de jogadores como Dutra, Igor, Germano. Eles me deram moral, me falavam pra levantar a cabeça que as coisas iam melhorar. Hoje, meus pais, meus sogros, meu sobrinho, uma multidão está aqui no Recife. Tem muita gente me dando força e por isso eu não vou desistir. Não posso desistir. Torcida Fico muito triste por ver que a torcida que me aplaudia no Pernambucano hoje me vaia. Não é fácil entrar em campo sabendo que no primeiro passe errado vou ser vaiado pelo estádio inteiro. Eu nem consigo dormir nas vésperas dos jogos. Mas eu não desaprendi de jogar. Estou treinando muito forte e tentando me concentrar o máximo nos jogos. Sei que mais cedo ou mais tarde vou provar que sou útil ao Sport. Quero recuperar a confiança e o apoio dos torcedores. Não guardo mágoa de ninguém. Só quero jogar futebol. Banco Não tem nenhuma cláusula no meu contrato com o Sport determinando que eu tenho que ser titular. Ir para a reserva faz parte da carreira de qualquer jogador e comigo não é diferente. Se Geninho achar que o melhor para o Sport é que eu vá para o banco, eu irei com o maior prazer. O elenco tem vários jogadores qualificados. Pressão na ilha As vaias atrapalham, claro. Mas, ainda assim, prefiro jogar na Ilha do Retiro. Quando o time corresponde e a torcida joga junto, é muito difícil ganhar do Sport aqui dentro. Isso já foi provado várias vezes. Sei que se eu continuar me esforçando e conseguir uma sequência de bons jogos vou recuperar o apoio do torcedor. Quero que eles saibam que eu me importo muito com esse clube.
Fonte: Diário de Pernambuco

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