domingo, 17 de abril de 2011

Números são infelizmente números, nada os modificam…

Por José Joaquim (Ex vice presidente técnico da FpF) Estivemos analisando os números do campeonato estadual de 2011, e detectamos alguns pontos interessantes para debatermos com os nossos visitantes. PONTO 1- PÚBLICO TOTAL- Na realidade, o público total da competição é de 947.258, efetivamente pagante(somando-se com o programa Todos com a Nota), que acrescido dos 61.764 não pagantes, totalizam 1.008.22. Pela experiência que temos fica impossível de detectar o público que entrou de carteirada, desde que não existe nenhum local próprio para o seu ingresso e, consequentemente, a sua contabilização. Mesmo em estádios que os ¨donos das carteiras¨ recebem os seus ingressos em locais especiais, torna-se difícil computar o seu número real. Tudo é feito como conta de chegar e pelo ¨olhometro¨. Representou 6% do total. PONTO 2 – Computando-se apenas o Público considerado pagante, ou seja, 433.672 que compraram ingressos e 513.586 do Programa Todos com a Nota, apresenta-se uma participação estatal de 55% contra 45% de desembolso monetário. PONTO 3- O Sport teve em seus jogos uma participação de 70% de pagantes, contra 30% de TCN; o Santa Cruz, 68% de pagantes, e 32% de TCN; enquanto o Náutico foi a grande surpresa, com 51% de pagantes, contra 49% de TCN. Os clubes do interior são aqueles de maior demanda do ingresso estatal, o que diminue as suas Receitas por conta do valor. A média entre esses é de 90%, com 10% de pagantes, que foi alavancada pelo Central, senão a dependência seria maior. PONTO 5- RECEITA LÍQUIDA – O Sport teve, no período de 13 de março a 10 de abril, a maior receita líquida da competição, no valor de R$ 1.803.549,02, que não consegue pagar as despesas de sua folha salarial de apenas um mês, inclusive os encargos, fato esse que acontece com todos os clubes. Claro que a bilheteria não pode ser a fonte total de receitas dos clubes, mas em campeonatos estaduais tem que participar com maior percentual, desde que os patrocínios são sempre menores do que em competições de maior nível. Sem contabilizarmos o custo total do futebol, temos uma previsão da folha salarial e encargos do clube rubro-negro, nesses três meses, de R$ 5.5 milhões, ficando um hiato para ser preenchido com outras fontes de 3.696.457,00. Para os demais clubes da capital, encontramos os mesmos problemas, com uma diminuição para o Santa Cuz, que teve uma Receita Líquida de R$ 1.725.053,26, para um dispêndio somente no item salarial previsto de R$ 2 milhões. O Clube Náutico, pela capacidade de seu estádio, teve uma Receita Líquida de R$ 880.006,03, para despesas no período estimadas em R$ 4 milhões, sendo essa mais reduzida pela grande participação do Programa Todos com a Nota. No interior, o Central teve uma Receita Líquida de R$ 524.844,97 para despesas somente com salários e encargos de R$ 1 milhão. Os demais clubes ficaram na casa dos R$ 220 mil a R$ 280 mil, com despesas estimadas em R$ 700 mil, com exceção do América que arrecadou apenas R$ 97.198,71, valor esse que não cobre a sua planilha de pagamentos com a equipe para apenas um mes. PONTO 6 – 08 CLUBES DO INTERIOR ARRECADAM MENOS QUE A FEDERAÇÃO. Incluindo-se o Central que chegou perto mas foi ainda menor, os demais clubes do interior tiveram uma arrecadação muito inferior a de sua Federação, que dos 6% da Renda Bruta acumulada até o momento, de R$ 8.804.497,20, teve uma arrecadação de R$ 528.698,62. CONCLUSÕES – Tivemos um bom público, mas a dependência do programa estatal é muito grande com 55% de ocupação nos estádios. Por outro lado, verificamos que os pequenos estádios, com capacidades limitadas, reduziram as arrecadações, desde que os clubes do interior tem a participação em média de 90% do Todos com a Nota, a preços mais baixos do que o normal, e que prejudicam em muito os seus planejamentos. Analisamos friamente os números e constatamos as dificuldades que muitos dos clubes participantes terão para cumprir os seus compromissos, principalmente no tocante aos tributos, pois o arrecadado e mais alguns patrocínios e a irrisória participação dos direitos de transmissão não oferecem o necessário para as suas sobrevivências. É o vermelho nos seus balanços e a cara do futebol brasileiro. E Pernambuco é um dos melhores, imaginemos o resto, demonstrando que existe alguma coisa errada no planejamento de nosso futebol, desde que os clubes participam em eventos na certêza da obtenção de prejuízos. É ilógico. http://blogdejj.esporteblog.com.br/

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