Vale o orgulho de quem sobreviveu às turbulências políticas,  instabilidade no campo, provocações dos rivais, descrença da própria  torcida. Mais. Conseguiu chegar à final em alta, motivado, confiante na  conquista.
 
Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press | 
  Por outro lado, é uma questão de justiça para quem esteve sempre à  frente dos rivais, reinou absoluto em todos os aspectos e só não está  com a taça ainda em sua galeria porque as regras deste ano são  diferentes. Neste domingo, Náutico e Sport, rivais centenários, voltam a  decidir um título Pernambucano depois de 16 anos.
Um reencontro  que pode resgatar a emoção do Estadual. Desde a final de 2006, quando o  Sport bateu o Santa Cruz nos pênaltis, a competição tornou-se monótona,  de propriedade rubro-negra. Supremacia absoluta, conquista de turnos,  returnos, do tetracampeonato. A mudança no regulamento promovida pela  Federação Pernambucana de Futebol (FPF) para o campeonato deste ano  prometia restabelecer a empolgação. Fora alguns capítulos pontuais, o  Estadual continuou sendo um campeonato "frio". Pelo menos até agora.
A  reviravolta pode vir porque o Náutico chega motivado. É o time da  superação. Sofreu o rebaixamento à Série B, viveu um primeiro momento de  crise nas eleições, outro no início do Estadual, quando mostrou-se  extremamente frágil. Perdeu o respeito do torcedor, que só voltou a  apoiar o clube no final da fase de classificação. Tomou esta atitude  porque sentiu que só assim o time poderia surpreender os rivais. E a  surpresa veio.
 
Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press - 13/1/10 | 
Não  tanto a vitória sobre o Santa Cruz. Mas a forma como o time atuou,  especialmente no duelo dos Aflitos. Parecia outra equipe, aguerrida,  vibrante, comprometida com a vitória, jogando em conjunto. O Náutico  ressurgiu assim como Carlinhos Bala. Principal jogador alvirrubro, ele  colecionou bons, maus e apagados momentos na competição. Na semifinal,  marcou o gol da classificacação. Autodenominou-se "Rei de Pernambuco".  Fala demais o baixinho, dizem alguns. É verdade. Mas também faz muito,  quando quer.E ele quer o título para completar a estante. Conseguindo,  terá conquistado o Pernambucano pelos três principais clubes. Será Rei,  com direito à "tríplice coroa".
Hora de rugir - Enganam-se,  porém, aqueles que creem numa maior empolgação do Náutico. A ambição  rubro-negra tem a mesma intensidade. O elenco está acostumado a títulos.  Sofreu, nas duas últimas competições encerradas, reveses que deixaram a  sua torcida engasgada: o rebaixamento no Brasileiro, em 2009, e a  eliminação da Copa do Brasil 2010, mês passado. Os atletas nem pensam em  perder o pentacampeonato. É notório que o time desacelerou na reta  final da fase classificatória. Natural. Como também é natural que  apresentem mais atitude agora. E, assim como o Náutico, espera o apoio  do seu torcedor. Que sempre fez a diferença e, no Estadual, perdeu um  pouco o peso. Talvez por acreditar que o time não precise. Mas precisa.                        
Fonte: Diário de Pernambuco
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário