sábado, 21 de abril de 2012


Dono da melhor campanha, Sport é o favorito


Leão tem Marcelinho, craque do campeonato (Foto: Rodrigo Lôbo/JC Imagem)
O Sport foi o melhor time da primeira fase do Pernambucano Coca-Cola. Com 15 vitórias, cinco empates e apenas duas derrotas, terminou seis pontos à frente do Santa Cruz. Não perdeu clássicos. Tem o craque do campeonato, Marcelinho Paraíba, e um goleiro também decisivo, Magrão. É por motivos como esses que se apresenta como o maior favorito ao título do Estadual, na chegada para a fase semifinal. Apesar disso, tem os seus problemas e precisará melhorar em alguns pontos para manter a superioridade da primeira parte do certame.
O desempenho do Sport, até aqui, mostra uma equipe em reformulação, a partir do acesso à Série A. Um time que buscou mais jogadores experientes, como os volantes Marquinhos Paraná, ex-Cruzeiro, Diogo Oliveira, ex-Fluminense, Rivaldo, ex-Palmeiras, além do jovem atacante Jael, que apareceu bem no Bahia e na Portuguesa e veio do Flamengo, onde não se firmou.

A equipe foi a mais regular do campeonato, com apenas duas derrotas, menos que o Salgueiro, que perdeu quatro, e que os rivais Náutico e Sport, que perderam seis. A pontuação do time ficou bem distribuída entre jogos dentro de casa (26 pontos), onde teve alguns tropeços, e fora de casa (24 pontos), em que obteve o melhor aproveitamento geral. 

É um time que faz muitos gols e também sofre muitos gols. Dos 22 jogos da primeira fase, o Sport só deixou de tomar gols em seis partidas — três em casa e três fora. Por outro lado, conseguiu marcar muitos gols (44, média de 2 por jogo). Só não balançou as redes em 5 partidas.

Evidentemente, teve méritos. Dispõe do principal destaque individual do campeonato. O veterano Marcelinho Paraíba. Seus chute de fora da área e suas cobranças de falta são o que há de mais perigoso no time rubro-negro. Tem 12 gols. Com os cruzamentos dele, o time é forte também no jogo aéreo. O goleiro Magrão está em boa fase.
No entanto, a equipe teve algumas oscilações e algumas dificuldades pontuais em seu modo de jogar e na disposição de peças do elenco. As laterais foram problemas na maior parte do campeonato (a esquerda ainda é) e os atacantes deixaram a desejar. Os atacantes que devem ser titulares nesta nova fase, Jael e Jheimy, fizeram quatro e seis gols, respectivamente. Outros atacantes, Willians, Ruan e Roberson fizeram dois, cada. Por outro lado, já os zagueiros Bruno Aguiar e Tóbi têm mostrado boa presença ofensiva, nas jogadas de bola parada, e marcaram três gols, cada.

As principais dificuldades do Sport foram superadas na primeira fase do Estadual, mas percebidas claramente na eliminação contra o Paysandu na Copa do Brasil. Na parte defensiva, apresentou falhas de posicionamento na marcação, deixando livres os jogadores adversários que se movimentavam para receber o passe. O Paysandu aproveitou muito bem e criou várias oportunidades de gols no primeiro jogo. E, no segundo jogo, mesmo com a posse de bola mais presente no lado do rubro-negro, o Papão tinha melhores chances de gol durante toda a partida.

Outro ponto que o time do Sport precisa melhorar para essa fase é a dinâmica de jogo lenta no ataque. O time precisa de mais velocidade, tem poucos jogadores com essa característica. Dos titulares, talvez apenas Moacir seja um velocista. Marcelinho tem velocidade com a bola dominada, mas não mostra intensidade em sua movimentação ofensiva; prefere vir de trás com a pelota. No ataque, Jael e Jheimy são jogadores de força, sabem proteger a bola, mas lhes falta velocidade. Eles têm dificuldade para trabalhar jogadas coletivamente. São mais de conclusão. Falta ao time mais aproximação, tabelas, triangulações. O resultado é que, diante de uma marcação forte, o time fica com um futebol previsível.
Mesmo reconhecendo algumas carências do time, o técnico Mazola Júnior garantiu que o Sport deverá ser o campeão pernambucano. De fato, o Sport chega como o maior favorito ao título, pela boa campanha, pelo o desempenho nos clássicos (vide a seguir) e também considerando a instabilidade dos rivais. No entanto, como o técnico também já comentou, a partir de agora é outro campeonato. E só nos campos se verá quem é o mais capaz.
NOS CLÁSSICOS

Analisando os clássicos da primeira fase. Nos jogos de ida, o Leão venceu os dois jogos jogando melhor que o adversário. Chegou a fazer um 3 a 0 no Náutico em 13 minutos na Ilha do Retiro, sofrendo alguma pressão no final e confirmando a vitória por 4 a 3, sem muitos sustos. No Arruda, dominou e bateu o Santa Cruz por 3 a 1. Vitórias que deram sustentação ao trabalho do técnico Mazola.

No "segundo turno", um futebol ruim no clássico contra o Náutico, nos Aflitos, mas ao menos o empate em 0 a 0. Contra o Santa Cruz, se impôs territorialmente e, embora com dificuldade para chegar ao gol em jogadas coletivas, abriu 2 a 0 em jogadas de bola parada. O Santa Cruz cresceu na maior parte do segundo tempo e apresentou dificuldades para o Leão. Vale lembrar que o Santa usou ao menos quatro reservas, na sua estratégia de limpar os cartões para a fase semifinal. Nâo teve o artilheiro Dênis Marques.

Contra o Salgueiro, talvez o concorrente que tenha mostrado mais equilíbrio na competição, o Sport sofreuuma derrota de 2 a 0 numa má atuação, fora, e ficou num empate sem gols na Ilha do Retiro. 

PONTO FORTE

- Marcelinho Paraíba, por seus chutes de fora da área, suas cobranças de falta e de escanteios. Seus bons passes ajudam companheiros a marcar de cabeça.
- Jogadores experientes no meio de campo podem ajudar a controlar o jogo em momento de decisão (apesar do apagão contra o Paysandu). 
- Magrão novamente em boa fase.

PONTO FRACO

- Sistema defensivo instável. Não é que falte pegada, mas há falhas no posicionamento, inclusive na recomposição da defesa após jogadas ofensivas. 
- Já no ataque, em muitos momentos faltou velocidade. O time perde nesse quesito com o desfalque de Willans, com perna fraturada.
DESTAQUE
Marcelinho Paraíba.

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